| ciclo | Pré_Escolar |
| id | Olga-3 |
| pof | entrevista_Olga |
| tempoh | anos 90/2000 |
| keys | Projetos // associação profissional // viagem // educação itinerante |
| nvivo | incidente crítico |
| geo | Portalegre |
Já contei algumas, mas recordo-me agora de uma que, quando andei a pensar nisto e no que havia de dizer. Neste anos que estive a trabalhar nesta associação de profissionais de educação, nós tínhamos muitos projetos. E quando foi na Expo de Hannover nós tínhamos um projeto relacionado com o montado, aqui, com o sobreiro, com o ambiente. Tínhamos muitos, muitos projetos, os tais pré-pri. E fomos convidados para ir a Hannover. Levávamos alunos e professores.
Entrevistadora: Em que ano estamos? Assim mais ou menos, mais ou menos. Não é preciso uma data certa,
Olga: Assim, 90 e… quase 2000.
Entrevistadora: Pronto, então se calhar fins de 90.
Olga: É uma questão de a gente procurar quando é que foi a Exposição Internacional da Hannover [em 2000]. Datas sou terrível! E nós tínhamos este projeto e este projeto tinha a ver com jardins de infância rurais, escolas de primeiro ciclo, alguns da cidade. Pronto, a verdade é que nós fomos convidados para ir a Hannover, uma delegação daqui da associação, dos projetos que tínhamos. E a colega que tinha um determinado jardim de infância, que na altura havia uma coisa que era educação itinerante. E na educação itinerante, havia uma colega que circulava para alguns sítios onde havia duas ou três crianças e ela deixava livros, fazia uma animação da manhã com estas crianças, no outro dia estava noutro sítio. Porque havia poucas crianças em cada, não se justificava abrir um jardim de infância, não havia o transporte ainda organizado. E é num destes sítios - muito dentro da Serra de São Mamede - essa colega ficou doente e eu tinha relação com essas crianças, tinha relação com o projeto e entre a criança não participar e ir a Hannover como deveria ir, a criança não foi com a educadora que ficou doente, mas foi comigo. Portanto, eu levei uma criança que tinha ido o mais longe possível. Portanto, daqui ela tinha ido talvez a Abrantes ou perto de Abrantes e não tinha saído para mais longe. Eu acompanhei, com os outros colegas do primeiro ciclo e com outros meninos, mas a minha responsabilidade era para tratar aquele menino. Eu levei o menino, num dia de manhã, de autocarro - com os colegas, claro - de Portalegre até Hannover. Portanto ele foi de Portalegre, de autocarro, até Lisboa e ele quando começou a passar a ponte - era Vasco da Gama já - ele ficou deslumbrado porque ele nunca tinha visto o mar! Ele entrou no aeroporto, entrou no avião, fez o processo. Ele nunca imaginava o que era aquilo, como é que era aquilo?! Ele foi à casa de banho no avião e ficou espantado por saber para onde é que ia o xixi, o xixi ia lá para baixo. O J. M. era fantástico! E chegámos à Alemanha nesse dia. Foi uma coisa absurda! E eu com o menino, tínhamos de fazer uma comunicação no pavilhão Português. E tivemos uma entrevista com a correspondente na altura, é uma senhora que está na RTP África. Na altura era a correspondente na Alemanha, da RTP. E a senhora fez-nos uma entrevista. E, portanto, levar um menino do meio da Serra de São Mamede, que nem sequer vivia num povoado, ele vivia longe do povoado, até à Alemanha num dia e viver a experiência lá e trazê-lo de volta. O mundo que ele viu! Foi das experiências mais interessantes que eu acho que vivi enquanto profissional de Educação.