| ciclo | 2º Ciclo |
| id | Constança-7 |
| pof | entrevista_Constança |
| tempoh | 2006 |
| keys | Mega Agrupamento de escolas // efeitos nas condições de trabalho // Dificuldades na gestão de mega-agrupamentos |
| nvivo | Arquiteturas de prática |
| geo | Lisboa |
Olhe os modelos são muito diferentes. Primeiro, quando era só a nossa escola, nós conhecíamos todo o corpo docente, todo o corpo docente. Faziam-se muito mais projetos internos. Havia uma dinâmica diferente. Gerir 300 e tal professores é diferente de gerir cento e tal. Gerir uma escola é diferente de gerir seis escolas, e há agrupamentos maiores. Não tem nada a ver1 E eu senti isso. E era só o Agrupamento P.S., agora como coordenadora da P.S., com este diretor, com quem eu tinha uma ótima relação, uma pessoa extremamente humana, mas ele próprio não tinha noção do que era um agrupamento. Eu já tinha, porque eu já tinha formado o primeiro, com as escolas de primeiro ciclo e do pré escolar. Eles só se juntaram a nós e isto foi horrível, porque são realidades diferentes, com idades diferentes. O próprio diretor tinha dificuldades nas reuniões de pais, em falar com os pais, porque falar com o pai de uma criança de pré escolar não é a mesma coisa que falar com o pai de um aluno do secundário. E, portanto, são realidades diferentes. O que é que as escolas ganham? Articulação, os alunos têm uma sequência, dá alguma estabilidade aos pais a esse nível, é economicista para o Estado. Há vantagens, sim. Mas há grandes desvantagens em termos humanos e sociais. E há professores que têm desgastes enormes porque circulam de escola em escola, nem vivem muito bem uma nem outra. Nós temos pessoas divididas entre a nossa escola e a escola secundária, portanto, que dão aulas num lado e no outro. Tenta-se minorar o mais possível nos horários, mas não é fácil. E portanto, há professores que, além de não serem da zona, chegam ali, dão aulas em duas escolas e às vezes em três, porque vão completar horário a uma terceira escola. Portanto, este aspecto eu acho que é muito penoso. Portanto, gerir uma escola em que se conhece toda a dinâmica é mais fácil e mais humanizada. Eu acho que os megas agrupamentos tornaram-se um pouco desumanos. Eu acho que os directores são uns pequenos heróis destes agrupamentos porque têm que fazer uma ginástica enorme. Têm que ser gestores, têm que ser pedagogos, e é muito difícil. Em agrupamentos pequenos talvez seja benéfico. Em agrupamentos muito grandes eu acho que não se ganha muito. Acho que o prejuízo é maior do que o benefício.