17.8 Mónica-8

ciclo 1º Ciclo
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Quer dizer… aquela parte [em] que eu precisava do psicólogo, quer dizer, “o quê que eu posso fazer com o fulaninho ou com o sicraninho…?” Agora temos psicólogos na escola, é bom. E assistentes sociais, bom. “Olha, o quê que acha aqui do coiso?” “Eu não sei bem…” E eu não sei nada. Olhe, a mãe… há um miúdo que veio de outra escola qualquer. A mãe diz que ele é autista. Autista! Disléxico. É disléxico. E realmente o miúdo a nível de leitura e de escrita tem muitas dificuldades, principalmente a escrita, e troca as coisas. A nível oral é muito bom. Há ali qualquer coisa. “Ah, mas nós não podemos fazer nada enquanto não vier o relatório do fulaninho, do sicraninho, do beltraninho.” Então para quê que eu quero um psicólogo, não é para fazer esse despiste? “Olhe, tenho ali aquela menina…” Eu tenho um quarto ano; um quarto ano que tem miúdos a nível de segundo, é verdade. Têm apoio especializado, dois deles têm apoio especializado. Têm um RTP, têm um apoio especializado que até é dado aqui por uma nossa conhecida, que é uma excelente miúda, mas o quê que ela está a fazer? A trabalhar a divisão silábica? Pronto, especialize-se lá o trabalho. Estás a perceber? Há assim… porque depois vêm as coisas e nada… E mesmo a equipa do EMAEI, que é a equipa do ensino especial, não fala com os professores, do que se passa. E depois é preciso o relatório dos professores, então vá… [Uma] mãe manda o relatório do não sei quantos—mandei para o EMAEI—[sobre] o Francisquinho, assim: “Olha, o Francisco está com muito trabalho. É melhor a psicóloga fazer uma avaliação cognitiva, curricular, do menino, a ver quais são as dificuldades do menino.” Mandei para a psicóloga. A psicóloga: “Ó professora Mónica, nós já sabemos bem quais são as dificuldades, então é melhor fazer o relatório para enviar para o não sei que mais.” Estás a perceber? E isso desgasta—