title: Ao longo de um claro rio de água doce author: Fausto in: "Crónicas da terra ardente" from: Luís Quinta E parecia aquele Tejo este rio doirado parecia até que tu vinhas comigo a meu lado ou seria das flores e das matas cheirosas das madressilvas dos frutos das ervas babosas E pareciam campinas vales tão estendidos pareciam mesmo os teus braços que me abraçam cingidos ou seria das silvas do gengibre do benjoim do cheiro daquela chuva dos cacimbos enfim porque haveria de ter saudades tuas ao longo de um claro rio de água doce E parecia verão no imenso arvoredo parecia até que dizias qualquer coisa em segredo ou seria dos dias muito quedos sem fim das noites muito melhor assombradas assim porque haveria de ter saudades tuas ao longo de um claro rio de água doce htmlnota: História Trágico-Marítima "E tomou-se a boca do rio de S.Lourenço, achando por novas que numa povoação acima estavam alguns portugueses no resgate do marfim. E foi-se por ele, muito quietamente, entre margens povoadas de altas e espessas árvores que levam entretecidas os braços em formosa folhagem. E as matas de diversas cores cheiravam a tigres, onças, leões elefantes e gatos de algália. As flores em cachos amarelos fazem um suave rugido que aos três sentidos enche e farta. Cheirava a oregãos, fetos, agriões, poejos, malvas, alecrim... alecrim..."