| ciclo | Pré_Escolar |
| id | Luísa-1 |
| pof | entrevista_Luísa |
| geo | Odemira |
E era um bocadinho a figura do professor do que nós, às vezes, encontramos na Literatura, porque era eu que fazia as cartas quando as pessoas me iam pedir, às vezes, para eu fazer uma carta para aqui ou para acolá, era eu que respondia. As pessoas recebiam uma coisa da Segurança Social, ou não percebiam o que era aquilo, era eu que fazia o contacto, eu ia a Odemira, pediam-me: “Ah, se a professora me trouxesse da farmácia isto, isto, aquilo, como vai a Odemira”, porque às vezes eu pegava no carro e ia a Odemira fazer compras, que ali era muito difícil comprar tudo, se bem que ainda não deixavam o professor comprar nada ali. Portanto, era uma ofensa para eles eu poder comprar batatas, ou cebolas, ou amendoins… eu tinha peixe todos os dias à porta. Batiam-me à porta e diziam: “Professora, está aqui o baldinho”. Se eu recusasse as pessoas ficavam ofendidas, porque no fundo eu era a professora, ali da comunidade. Fui muito feliz, tanto que tive logo um início muito feliz, independentemente de estar afastada de casa, mas pronto, fui realmente muito, muito feliz ali.