title: Proscritos author: Luís Represas In: "Represas" EMI 1993 Descaíram braços ficamos sem contar o resto que se passou outrora apagamos traços ficamos sem notar os vincos na carne da memória Já tapamos os quadros aconchegamos os lençóis das figuras principais e beijamos as testas remetendo p'ra bons sonhos as lembranças ancestrais Somos proscritos senhores da face escura dos sois já nos quiseram benditos já nos amaram como heróis Até já não suportamos tanto voltamos já desarrumados do canto já é depois somos os filhos do espanto já estamos cá ainda nos resta um encanto Como demónios vamos Sobrevoando as partituras das cabeças geniais como toupeiras vamos adivinhando com angústia os passos débeis e finais Estaremos já De pés e mãos atados A um conforto qualquer Ou então esquecemos Que viver merece a luta Que merece uma mulher