Todo morro entendeu
quando Zelão chorou
ninguém riu, ninguém brincou
e era CarnavalNo fogo de um barracão
só se cozinha ilusão
restos que a feira deixou
e ainda é pouco só.Mas assim mesmo Zelão
dizia sempre a sorrir
um pobre ajuda outro pobre
até melhorarChovem, chovem,
e a chuva botou sem barraco
no chão
nem foi possível
salvar violão
que acompanhou morro abaixo
a canção
das coisas todas
que a chuva levou
pedaços tristes do seu coração
Carlos Ilharco