No jardim do Príncipe Real
(ainda hoje tenho de lá ir)
Encontrei-me com fulana de tal
Pus-me a ver as estrelas a luzirTrocámos silêncios de mãos dadas
Conversámos com os olhos e o pensar
Espreitavam-nos do quarto da criada
Do Palácio Italiano com portalMas um dia perdeu-se o coche vermelho
Que a princesa levava sempre ao jardim
Meteu-se por caminhos que não têm fim
Perco a esperança de à noite tornar a vê-loNovembro, maldito mês das almas,
nesse ano nem o azul do céu poupaste,
carregaste com nuvens de negro corte,
Mas vamos rapazes depressa ao vinho,
Porque ao vinho não o vence nem a morte
Victor Almeida