Fala do Homem nascido

Música: José Niza
Letra: António Gedeão
Intérprete: Samuel

In: "fala do homem nascido", 1972; In: "teatro do mundo", 1958;
G C
Venho da terra assom brada
D
do ventre de minha mãe
G C
não pretendo roubar nada
D D7
nem fa zer mal a nin guém

G D
Só quero o que me é de vido
G A
por me trazerem a qui
_que eu nem sequer fui ou_vido G C
D G
no ac to de que nas ci

Trago boca pra comer
e olhos pra desejar
tenho pressa de viver
que a vida é água a correr

Venho do fundo do tempo
não tenho tempo a perder
minha barca aparelhada
solta o pano rumo ao norte
meu desejo é passaporte
para a fronteira fechada

Não há ventos que não prestem
nem marés que não convenham
nem forças que me molestem
correntes que me detenham

Quero eu e a natureza
que a natureza sou eu
e as forças da natureza
nunca ninguém as venceu

Com licença com licença
que a barca se fez ao mar
não há poder que me vença
mesmo morto hei-de passar
com licença com licença
com rumo à estrela polar

A. Guimarães


chord A chord C chord D chord D7 chord G