Adoro o campo, as árvores, as flores
jarros e perpétuos amores
que fiquem perto da esplanada de um bar
com os pássaros estúpidos a esvoaçaradoro as pulgas dos cães
todos os bichos do mato
o riso das crianças dos outros
cágados de pernas para o arefectivamente escuto as conversas
importantes ou ambíguas
aparentemente sem moralizaradoro as pegas e os pederastas que passam
(finjo nem reparar)
na atitude tão clara e tão óbvia de quem anda a engatar
adoro esses ratos de esgoto
que disfarçam ao dealar
como se fossem mafiosos convictos habituados a controlarefectivamente gosto de aparências
imponentes ou equívocas
aparentemente sem moralizar
Carlos Ilharco