Há um prenúncio de morte
Lá do fundo de onde eu venho
Os antigos chamam-lhe renho
Novos ricos são má sorteÉ a pronúncia do Norte
Os tontos chamam-lhe torpeHemisfério fraco outro forte
Meio-dia não sejas triste
A bússula não sei se existe
E o plano talvez aborteNem guerra, bairro ou corte
É a pronúncia do NorteNão tenho barqueiro nem hei-de remar
Procuro caminhos novos para andar
Tolheste os ramos onde pousavam
Da Geada as pérolas as fontes secaramCorre um rio para o mar
E há um prenúncio de morteE as teias que vidram nas janelas
esperam um barco pareceido com elas
Não tenho barqueiro nem hei-de remar
Procuro caminhos novos para andarE É a pronúncia do Norte
Corre um rio para o mar
A. Guimarães