Tinha vinte e quatro freiras
Mandei-as fazer um doce
deu-lhes o tragulotrico trangulumangulo nelas
não ficaram senão dozeDessas doze que ficaram
mandei-as vestir de bronze
deu-lhes o tragulotrico trangulumangulo nelas
não ficaram senão onzedessas onze que ficaram
mandei-as lavar os pés
deu-lhes o tragulotrico trangulumangulo nelas
não ficaram senão dezdessas dez que me ficaram
mandei-as pró dezanove
deu-lhes o tragulotrico trangulumangulo nelas
não ficaram senão novedessas nove que ficaram
mandei-as coer biscoito
deu-lhes o tragulotrico trangulumangulo nelas
não ficaram senão oitodessas oito que ficaram
manei-as pró dezassete
deu-lhes o tragulotrico trangulumangulo nelas
não ficaram senão setedessas sete que me ficaram
mandei-as contar os reis
deu-lhes o tragulotrico trangulumangulo nelas
não ficaram senão seisdessas seis que me ficaram
mandei-as pró João Pinto
deu-lhes o tragulotrico trangulumangulo nelas
não ficaram senão cincodessas cinco que ficaram
mandei-as cortar tabaco
deu-lhes o tragulotrico trangulumangulo nelas
não ficaram senão quatrodessas quatro que ficaram
mandei-as lá outra vez
deu-lhes o tragulotrico trangulumangulo nelas
não ficaram senão trêsdessas três que me ficaram
mandei-as calçar as luvas
deu-lhes o tragulotrico trangulumangulo nelas
não ficaram senão duasdessas duas que ficaram
mandei-as comer pirua
deu-lhes o tragulotrico trangulumangulo nelas
não ficaram senão umaTinha vinte e quatro freiras
fi-las andar na poeira
elas morreram-me todas
com uma grande borracheira
Victor Almeida (Sta Marta de Penaguião)