Talvez que eu morra na praia
cercada em pérfido banho
por toda a espuma da praia
como um pastor que desmaia
no meio do seu rebanho.Talvez que eu morra na rua
e dê por mim de repente
em noite fria e sem lua
irmã das pedras da rua
pisadas por toda a gente.Talvez que eu morra entre grades
no meio de uma prisão
e que o mundo além das grades
venha esquecer as saudades
que roem meu coração.Talvez que eu morra no leito
onde a morte é natural
as mãos em cruz sobre o peito
das mãos de Deus tudo aceito
mas que eu morra em Portugal.
'São canta Amália Rodrigues'