O barco vai de saída

Letra e música: Fausto
In: "Por este rio acima" gravado em 82;
D A7
O barco vai de saída
Adeus ao cais de Alfama
D
Se agora ou de par tida
A7
Levo-te comigo ó cana verde
D
Lembra-te de mim ó meu a mor
A7
Lembra-te de mim nesta aven tura
P'ra lá da loucura
D
P'ra lá do Equa dor

Ah mas que ingrata ventura
Bem me posso queixar
da Pátria a pouca fartura
Cheia de mágoas ai quebra-mar
Com tantos perigos ai minha vida
Com tantos medos e sobressaltos
Que eu já vou aos saltos
Que eu vou de fugida

C# F#m
Sem contar essa história escon dida
C Dm
Por servir de criado essa se nhora
A Bm
Ser viu-se ela também tão sedu tora
Foi pecado
F#m
Foi pe cado
A D
E foi pecado sim se nhor
A7 D A7 D
Que vida boa era a de Lis boa

Gingão de roda batida
corsário sem cruzado
ao som do baile mandado
em terra de pimenta e maravilha
com sonhos de prata e fantasia
com sonhos da cor do arco-íris
desvaira se os vires
desvairas magias

Já tenho a vela enfunada
marrano sem vergonha
judeu sem coisa nem fronha
vou de viagem ai que largada
só vejo cores ai que alegria
só vejo piratas e tesouros
são pratas, são ouros,
são noites, são dias

Vou no espantoso trono das águas
vou no tremendo assopro dos ventos
vou por cima dos meus pensamentos
arrepia
arrepia
e arrepia sim senhor
que vida boa era a de Lisboa

O mar das águas ardendo
o delírio do céu
a fúria do barlavento
arreia a vela e vai marujo ao leme
vira o barco e cai marujo ao mar
vira o barco na curva da morte
e olha a minha sorte
e olha o meu azar

e depois do barco virado
grandes urros e gritos
na salvação dos aflitos
estala, mata, agarra, ai quem me ajuda
reza, implora, escapa, ai que pagode
rezam tremem heróis e eunucos
são mouros são turcos
são mouros acode!

Aquilo é uma tempestade medonha
aquilo vai p'ra lá do que é eterno
aquilo era o retrato do inferno
vai ao fundo
vai ao fundo
e vai ao fundo sim senhor
que vida boa era a de Lisboa

jj, ver "quando o Pato toca"


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